Chou Ch’u‑ fei, funcionário público chinês, em um livro intitulado Ling‑wai Tai‑ta,redigido em Kwee Lin, em 1178,mostra que possuía conhecimentos deste tráfico de escravos africanos. Falando de um indeterminado setor da costa da África Oriental, chamado por ele de K’un‑lun‑chi’, ele nota que “selvagens de corpos negros como o charão e de cabelos crespos eram atraídos pela oferta de alimento e capturados”188. Acrescenta que milhares desses negros eram vendidos como “escravos estrangeiros”189. Parece que uma parte desta mercadoria humana era expedida para a China pelos traficantes árabes, através do arquipélago malaio. O principal porto de importação e centro distribuidor era Cantão190.
188 P. WHEATLEY, 1961, p. 54. 189 Ibidem. 190 Isto é atestado pelo erudito chinês Chu Yu, do período sung, que, em seu trabalho intitulado P’ing‑chou k’ōtan (1119) escreve: “Em Kuang‑chou (Cantão), a maior parte dos ricos possui escravos‑diabos(kuei‑nu),de uma grande força física, capazes de levantar pesos de várias centenas de cattys. Sua língua e seus gostos são incompreensíveis (para os chineses). De temperamento simples, eles não procuraram fugir. Chamam‑lhes também de “selvagens”(yeh‑jen).Sua pele é tão negra quanto o nanquim (da China),seus lábios são vermelhos, seus dentes são brancos e seus cabelos enrolados e amarelos (sic). Entre eles há homens e mulheres (...). Eles vêm das ilhas além dos mares.” Citado em P. WHEATLEY, 1961,p. 54‑ 55. Ver também Chang HSING‑LANG, 1930.
Chou Ch’u‑ fei, funcionário público chinês, em um livro intitulado Ling‑wai Tai‑ta,redigido em Kwee Lin, em 1178,mostra que possuía conhecimentos deste tráfico de escravos africanos. Falando
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ele nota que “selvagens de corpos negros como o charão e de cabelos crespos eram atraídos pela oferta de alimento e capturados”188. Acrescenta
que milhares desses negros eram vendidos como “escravos estrangeiros”189.
Parece que uma parte desta mercadoria humana era expedida para a China pelos traficantes árabes, através do arquipélago malaio. O principal porto de importação e centro distribuidor era Cantão190.
188 P. WHEATLEY, 1961, p. 54.
189 Ibidem.
190 Isto é atestado pelo erudito chinês Chu Yu, do período sung, que, em seu trabalho intitulado P’ing‑chou k’ōtan (1119) escreve: “Em Kuang‑chou (Cantão), a maior parte dos ricos possui escravos‑diabos(kuei‑nu),de uma grande força física, capazes de levantar pesos de várias centenas de cattys. Sua língua e seus gostos são incompreensíveis (para os chineses). De temperamento simples, eles não procuraram
fugir. Chamam‑lhes também de “selvagens”(yeh‑jen).Sua pele é tão negra quanto o nanquim (da China),seus lábios são vermelhos, seus dentes são brancos e seus cabelos enrolados e amarelos (sic). Entre eles há homens e mulheres (...). Eles vêm das ilhas além dos mares.” Citado em P. WHEATLEY, 1961,p. 54‑
55. Ver também Chang HSING‑LANG,
1930.