martes, 8 de septiembre de 2009

Los Kaporo


LIBRO:The End of slavery in Africa Escrito por Suzanne Miers, Richard L. Roberts.

http://books.google.es/books?id=G3VSwvEG4QcC&pg=PA227&dq=akaporo+esclave&as_brr=3#v=onepage&q=kaporo&f=false

As Ilhas de Querimba ou de Cabo Delgado


Situação Colonial, Resistências e Mudança


Por Carlos Lopes Bento


...........................Um filho do Ibo, no seu estudo sobre as Ilhas, a que chamou Para a História dos Territórios do Nyassa[71], não terminado, também se refere aos adimos, como a designação dada, no passado, a todos os indivíduos nascidos, da união de escravos com a pessoa ou família do seu senhor. Aos filhos do Ibo - "mulatos, mestiços e brancos naturais" - sempre que alguém pretendia depreciá-los ou vexá-los chamavam-lhes de akaporo, denominação que, segundo o mesmo autor, ainda então utilizada, servira, no passado e nas Ilhas, para distinguir os indivíduos nascidos de escravo e pessoa livre, estranha à família do senhor do escravo, como aos filhos deste.Nos prazos da Zambézia, como akaporo (caporro quando aportuguesado), eram designados os escravos domésticos pertença dos colonos, um dos grupos sociais da sociedade aí instituída[72]. Em 1753 este termo ainda estava ligado à condição de escravo[73].
Pelas indicações até agora expendidas no texto é bem provável que também este vocábulo, como tantos outros, tenha chegado às Ilhas, integrado em complexos de cultura, difundidos pouco a pouco, a partir do vale do Zambeze, com a ajuda do comércio, das migrações e da conquista.
Depois de precisar os termos adimo e kaporo, cabe de seguida dizer alguma coisa sobre a palavra mozungo, mezungo ou muzungo..................................................................Da política de povoamento gizada, apenas parte seria concretizada. Em vez de colonos dos dois sexos, chegariam, nos séculos XVI e XVII, do Reino, do Oriente e até do Brasil, predominantemente, homens, que, naturalmente, se cruzaram com mulheres africanas. Dos seus resultados nos dá testemunho A. Simões Alberto, ao estudar o problema da mestiçagem em Moçambique:
"Foi no litoral do Niassa e, especialmente, nas Ilhas de Querimba que se produziram os primeiros mestiçamentos entre brancos e negros moçambicanos no século XVI da nossa era e é esta mestiçagem a mais antiga, hoje, diferencial com caracter de fixação (...)"[178].
De acordo com o mesmo autor, foram responsáveis por este mestiçamento os grupos formadores, em contacto biológico, naquele período de tempo, brancos, especialmente, degredados, vindos do Reino, do Brasil e da Índia, indo-portugueses (mestiços) da Índia, "que desempenharam (...) o papel de padreadores e isto tanto no que respeita aos mestiçamentos feitos com negras, como aos efectuados, embora, em menor grau, com os descendentes de negra e árabe, a que designavam por Mulatos. Os filhos de branco e negra eram designados por Mestiços, tendo-se, simultaneamente, sucedido os mestiçamentos entre Mulatos e Negros e os Mestiços"[179]..............................







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